terça-feira, 28 de maio de 2013

O QUE BUSCO COMO PEDAGOGA?


A palavra pedagogia tem sua origem na Grécia antiga, sendo que paidós era criança e  agogé condução. A  prática  educativa  é  um fato social, cuja origem esta ligada à da própria humanidade. A compreensão do fenômeno  educativo  e sua  importância social fez surgir um saber específico associado ao termo pedagogia. Assim  a  indissociabilidade entre a prática educativa e a sua teorização elevou o saber pedagógico ao  nível científico. Com esse caráter o pedagogo passa a ser, de fato e de direito, investido  de uma  função reflexiva, investigativa e, portanto, cientifica do processo educativo.
Já  de  acordo  com  o dicionário Aurélio Pedagogia significa:  “Conjunto  de  doutrinas, princípios e métodos  de  educação  e instrução que  tendem a um objetivo  prático. O  estudo dos  ideais  de  educação,  segundo  uma  determinada  concepção  de  vida,  e  dos   meios (processos e técnicas) mais eficientes para efetivar tais ideais.”
Sendo a Pedagogia um saber de cunho científico, que exige reflexão, planejamento e uma série de outros fatores para que possa alcançar seus ideais, o que esta faltando para que se concretizem suas pretensões.
O profissional da educação deve embasar seu trabalho de modo que consiga formar cidadãos capazes de pensar por si próprios, para tanto seria necessário que desde a educação infantil essas capacidades fossem trabalhadas, mas como isso é possível? O Pedagogo deve buscar compreender o seu objeto de trabalho, ou seja, seus alunos para isso devem conhecer a realidade daqueles com quem irão trabalhar, para então poder traçar um caminho para produzir uma condição viável de aprendizado.
Tornar o sujeito crítico é uma tarefa muito difícil, mas se tivermos a convicção do que queremos como educadores então essa máxima passará a ser um valor fundamental. Devemos saber o que ensinamos para quem ensinamos e porque ensinamos dessa forma poderá se dizer que não haverá um trabalho alienado.
Devemos como pedagoga/os contribuir para formar indivíduos aptos a exercer plenamente todas as potencialidades de que forem capazes. Contribuindo desta forma para criar uma sociedade rica e transbordante de educação e de vida.
Não podemos esquecer as lições dadas por Foucault, onde o poder disciplinador apenas faz com que os corpos se condicionem e produzam sujeitos dentro dos padrões da normalidade, não conseguindo dessa forma serem autônomos, nem podemos compactuar com o sistema, que apenas quer impor suas vontades e alcançar suas vantagens.
Não queremos formar mão de obra, queremos formar pessoas independentes, capazes de agir, não só de produzir o que interessa para o sistema capitalista. A escola deve se tornar o espaço para a socialização e deixar de ser o espaço de segregação. Deve promover ações para enaltecer as qualidades do sujeito e dar condições para que ele se torne criativo e não apenas condicioná-lo a modelos retrógrados e ultrapassados.
Talvez um dos aspectos mais importantes para ser um bom educador venha a ser a possibilidade de trabalhar com experimentações, ver o que realmente desperta o interesse dos alunos, e não chegar com uma aula pronta, administrá-la e não se importar com os receptores, se irão gostar ou não, torná-los peças importantes do processo de ensino-aprendizagem.
Questionar-se sobre o que se pode fazer para melhorar a qualidade das aulas e não apenas dizer: deve ser assim!
Enfatizo a necessidade de proporcionar bons encontros, como sugere Deleuze, experimentar coisas novas e proporcionar meios para os alunos desenvolverem suas potencialidades, sem que existam regras fixas determinando o que deve ser feito.
Muito do que os pensadores escreveram no passado e muito do que esta sendo produzido no momento podem e devem fazer parte da prática educativa, para que dessa forma possamos dar sentido a nossa atividade como professores. 

REFERÊNCIAS

AZEREDO, Vana Dutra de. NIETZSCHE PENSA A EDUCAÇÃO 2. Revista Educação, editora Segmento.
FOUCAULT PENSA A EDUCAÇÃO 3, VIGIAR E PUNIR OU EDUCAR?, Revista Educação, editora Segmento.
KOHAN, Walter Omar. DELEUXE PENSA A EDUCAÇÃO 6. Revista Educação, editora Segmento.
NIETZSCHE, Friederich. Schopenhauer como educador. Tradução Adriana M. Saura Vaz. Campinas: Faculdade de Educação/ UNICAMP, 1999. Mimeo.
TRICHES, Ivo José. Tópicos da filosofia da Educação. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2006.
Site: http://pensador.uol.com.br/autor/Michel_Foucault (acesso em 04/12/2010)

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