A palavra pedagogia tem sua origem na Grécia antiga, sendo que paidós era criança e agogé condução. A prática educativa é um fato social, cuja origem esta ligada à da própria humanidade. A compreensão do fenômeno educativo e sua importância social fez surgir um saber específico associado ao termo pedagogia. Assim a indissociabilidade entre a prática educativa e a sua teorização elevou o saber pedagógico ao nível científico. Com esse caráter o pedagogo passa a ser, de fato e de direito, investido de uma função reflexiva, investigativa e, portanto, cientifica do processo educativo.
Já de acordo com o dicionário Aurélio
Pedagogia significa: “Conjunto de doutrinas, princípios e métodos de educação e
instrução que tendem a um objetivo prático. O estudo dos ideais de educação, segundo uma determinada concepção de vida, e dos meios (processos e técnicas)
mais eficientes para efetivar tais ideais.”
Sendo a Pedagogia um saber de cunho
científico, que exige reflexão, planejamento e uma série de outros fatores para
que possa alcançar seus ideais, o que esta faltando para que se concretizem
suas pretensões.
O profissional da educação deve embasar
seu trabalho de modo que consiga formar cidadãos capazes de pensar por si
próprios, para tanto seria necessário que desde a educação infantil essas
capacidades fossem trabalhadas, mas como isso é possível? O Pedagogo deve
buscar compreender o seu objeto de trabalho, ou seja, seus alunos para isso
devem conhecer a realidade daqueles com quem irão trabalhar, para então poder
traçar um caminho para produzir uma condição viável de aprendizado.
Tornar o sujeito crítico é uma tarefa
muito difícil, mas se tivermos a convicção do que queremos como educadores
então essa máxima passará a ser um valor fundamental. Devemos saber o que
ensinamos para quem ensinamos e porque ensinamos dessa forma poderá se dizer
que não haverá um trabalho alienado.
Devemos como pedagoga/os contribuir para
formar indivíduos aptos a exercer plenamente todas as potencialidades de que
forem capazes. Contribuindo desta forma para criar uma sociedade rica e
transbordante de educação e de vida.
Não podemos esquecer as lições dadas por
Foucault, onde o poder disciplinador apenas faz com que os corpos se
condicionem e produzam sujeitos dentro dos padrões da normalidade, não
conseguindo dessa forma serem autônomos, nem podemos compactuar com o sistema,
que apenas quer impor suas vontades e alcançar suas vantagens.
Não queremos formar mão de obra,
queremos formar pessoas independentes, capazes de agir, não só de produzir o que
interessa para o sistema capitalista. A escola deve se tornar o espaço para a socialização
e deixar de ser o espaço de segregação. Deve promover ações para enaltecer as
qualidades do sujeito e dar condições para que ele se torne criativo e não
apenas condicioná-lo a modelos retrógrados e ultrapassados.
Talvez um dos aspectos mais importantes
para ser um bom educador venha a ser a possibilidade de trabalhar com
experimentações, ver o que realmente desperta o interesse dos alunos, e não
chegar com uma aula pronta, administrá-la e não se importar com os
receptores, se irão gostar ou não, torná-los peças importantes do processo de
ensino-aprendizagem.
Questionar-se sobre o que se pode fazer
para melhorar a qualidade das aulas e não apenas dizer: deve ser assim!
Enfatizo a necessidade de
proporcionar bons encontros, como sugere Deleuze, experimentar coisas novas e
proporcionar meios para os alunos desenvolverem suas potencialidades, sem que
existam regras fixas determinando o que deve ser feito.
Muito do que os pensadores escreveram no passado e muito do que esta sendo produzido no momento podem e devem fazer parte da prática educativa, para que dessa forma possamos dar sentido a nossa atividade como
professores.
REFERÊNCIAS
AZEREDO, Vana Dutra de. NIETZSCHE PENSA A EDUCAÇÃO 2. Revista Educação, editora Segmento.
FOUCAULT PENSA A EDUCAÇÃO 3, VIGIAR E PUNIR OU EDUCAR?, Revista Educação, editora Segmento.
KOHAN, Walter Omar. DELEUXE PENSA A EDUCAÇÃO 6. Revista Educação, editora Segmento.
NIETZSCHE, Friederich. Schopenhauer como educador. Tradução
Adriana M. Saura Vaz. Campinas: Faculdade de Educação/ UNICAMP, 1999. Mimeo.
TRICHES, Ivo José. Tópicos da filosofia da Educação. Curitiba: IESDE Brasil S.A.,
2006.
Site: http://pensador.uol.com.br/autor/Michel_Foucault
(acesso em 04/12/2010)
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